terça-feira, 21 de junho de 2011

A vivência clínica sob um novo olhar

Na quarta-feira, dia 07, um médico que ensaiou seus primeiros passos na Faculdade de Medicina da UFMG voltou ao ambiente trazendo muitas contribuições. O Dr. Andrei, utilizando-se de relatos da sua própria prática médica, discutiu o tema "Espiritualidade na prática clínica: abordagem psico-sócio-espiritual".


O convidado da noite introduziu seu discurso pontuando como é diferente o aprendizado possibilitado pelos livros em relação ao que se vive na prática. Esta representa um dos principais professores que o médico pode ter e possui o paciente como um dos destaques desse processo de ensino.

A partir de estudos realizados e de sua própria vivência, o Dr. Andrei detém hoje total convicção da importância de se inserir o aspecto espiritual no contato com o paciente, embora isso não seja relevante na proposta acadêmica encontrada nos livros para o estudante de medicina.

Espiritualidade, conforme consta nas referências trazidas pelo palestrante, é toda busca de sentido/significado de vida. Diante dessa visão, muitas são as possibilidades para trabalhar com a espiritualidade. Ela pode estar presente desde o momento em que o médico olha para o paciente até o instante em que ele faz certo comentário ou dirige determinada pergunta àquele que busca sua ajuda.

Compete ao médico a função de incentivar quem ele atende ao cultivo da espiritualidade (não necessariamente por meio da religiosidade). No entanto, é preciso que ele também se mobilize para se espiritualizar e adote posturas em sua prática profissional condizentes com quem tem essa proposta. Como alguém que não busca se espiritualizar pode falar de espiritualidade com outrem? É como alguém que não tem e nem quer desenvolver autocuidado, mas que quer ser médico. Sabemos das consequências disso.

Bom seria se os médicos buscassem se espiritualizar. Seria um sonho pensar no atendimento centrado na pessoa do paciente? Escutá-lo, perceber sua singularidade, valorizar a intuição, valorizar a psicologia, colocar-se no patamar do paciente, não ter medo de desenvolver vínculo empático, usar as palavras adequadas com quem lhe escuta e trabalhar o adoecimento e a morte como processos existenciais.

Nesse encontro percebemos que tudo isso é possível e aprendemos, na teoria, qual o caminho a se seguir. Possa a prática reforçar ainda mais o aprendizado desse dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário